Pix inova, facilita e veio para ficar

Por Amaury Santana*

O penúltimo mês de 2020 trouxe uma novidade que vem mudando a forma de fazer pagamentos/transferências bancárias. A nova plataforma PIX veio para facilitar a vida de muita gente. 

Apesar da grande quantidade de adeptos. Até 16 de dezembro já existiam mais de 100 milhões de chaves cadastradas. Muita gente ainda está por fora de como realmente funciona e está cheia de dúvidas, além de receio. 

PIX é uma modalidade de transferência de recursos entre contas bancárias. Que pode ser corrente, poupança e pré-paga. Elaborada pelo Banco Central e que entrou em vigor no dia 16 de novembro de 2020. 

Para facilitar o uso do PIX é necessária a indicação de uma chave. Que é uma combinação de números/letras/símbolos que pode ser: CPF, e-mail, número de telefone e até mesmo uma chave aleatória criada pela instituição financeira (mais de 700 em todo Brasil já estão adeptas). Cada pessoa física pode ter até cinco chaves cadastradas e a pessoa jurídica 20 em instituições financeiras diferentes. 

Umas das dúvidas recorrentes é em relação à diferença entre as tradicionais formas de transferências bancárias pagas TED e DOC. Já é diferente porque o PIX é gratuito para pessoas físicas e jurídicas (micro empreendedor individual e pequenas empresas). Além disso, para fazer uma transação com PIX não precisa informar tantos dados, basta repassar a sua chave ou gerar um QR Code.

Outra diferença é que o PIX não tem restrição de dias e horários. Ele pode ser feito a qualquer hora, incluindo finais de semana e feriados. Podendo ainda ser agendado. Com essa facilidade todos têm a ganhar, inclusive os bancos que podem atrair mais clientes para usarem outros serviços bancários.

Além dessas vantagens, a migração de muitos clientes para bancos digitais como o Nubank – startup pioneira nos segmentos de serviços financeiros e que oferece isenção de taxas – potencializou o lançamento do PIX.

Usar o PIX é reduzir custos. Para os usuários só de não pagar taxas bancárias pelas transferências para qualquer instituição financeira já é o suficiente para adesão. Para quem já está recebendo esse tipo de pagamento instantâneo como os estabelecimentos comerciais também tem a vantagem de receber de imediato o dinheiro na conta, além de não precisar mais das maquinetas. 

Mas por que tanta gente ainda não aderiu ao PIX? Uma das respostas pode ser a insegurança com os meios eletrônicos, principalmente de pessoas mais velhas, já que a melhor forma de usar o PIX é com um smartphone. O novo assusta muita gente. 

Uma pesquisa encomendada pela Quickbooks. Uma fintech americana desenvolvedora de software de gestão para pequenas empresas e escritórios contábeis. Mostra que a maioria das chaves cadastradas. Foi sendo solicitada por pessoas com idades entre 20 e 29 anos (36,8%).  Para quem está inseguro em usar pelo celular, os pagamentos com PIX também podem ser feitos presencialmente em agências bancárias, caixas eletrônicos, correspondentes bancários e lotéricas. 

O medo de cair em golpes/fraudes também pesa na decisão de usar o PIX, o que já vem ocorrendo, apesar de toda segurança oferecida pelo Banco Central. Alguns golpes. Por meio de links falsos. Já teriam sido, ate então, registrados. Isso exige, como em qualquer transação bancária, mais atenção. Quem é vítima de fraude em operação feita em bancos, a instituição bancária deve se responsabilizar.  

Já em relação à fiscalização das transações, a Receita Federal também está de olho e vai acompanhar. Não há limites mínimo ou máximo de valores, mas cada instituição impõe regras referentes a número de pagamentos por mês e também a cifras muito altas a fim de evitar crimes como lavagem de dinheiro. 

Com pouco tempo ainda em operação, o Banco Central acredita em um grande crescimento da plataforma em 2021, mas não há intenção de acabar com as formas TED e DOC. O PIX poderá em breve ser usado também para pagar tributos e até a taxa cobrada para emissão de passaporte. Para o próprio Governo ajuda a reduzir custos nesse processo de cobrança.

PIX e empresas de Contabilidade

Muitos escritórios de contabilidade se responsabilizam por uma série de pagamentos dos clientes como tributos e demais taxas. A vantagem é que essas empresas podem criar suas próprias fintechs e atuar como intermediárias das transações sem que os clientes necessitem lidar diretamente com todas as burocracias bancárias. 

Trabalhar desta forma facilita tanto para o cliente que tem a vantagem de reduzir custos quanto para a empresa que realiza as transações de maneira rápida e segura. Então contadores: mãos às obras e vamos de PIX.

*Amaury Santana é contador e CEO da Andrômeda Contabilidade. Pós-graduado em Auditoria e Controladoria pela UNIFOA. Autor do e-book Guia Prático do Micro Empreendedor Individual.

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